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sábado, 7 de novembro de 2009

Gostava de Gostar de Gostar

Para quem tem medo, dificuldade ou simplesmente tem pouco engenho para gostar, fica mais um poema de Álvaro de Campos.
Para quem gosta de gostar e arriscar mesmo arriscando-se a cair no abismo, fica o mesmo poema para uma interpretação mais própria.
Para mim este poema é uma ironia metaforizada fantástica de tudo aquilo que deixamos de enfrentar simplesmente porque não é fácil, mas claro esta é simplesmente a minha maneira de o interpretar.


Gostava de gostar de gostar.
Um momento... Dá-me de ali um cigarro,
Do maço em cima da mesa de cabeceira.
Continua... Dizias
Que no desenvolvimento da metafísica
De Kant a Hegel
Alguma coisa se perdeu.
Concordo em absoluto.
Estive realmente a ouvir.
Nondum amabam et amare amabam (Santo Agostinho).
Que coisa curiosa estas associações de idéias!
Estou fatigado de estar pensando em sentir outra coisa.
Obrigado. Deixa-me acender. Continua. Hegel...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Verdadeira Tentação

Apareceu à cerca de mais ou menos um certo período de tempo, veio como quem nada quer despertando em mim sensações que confesso nunca antes ter vivido, havia nela algo de mágico, algo que me despertava uma enorme vontade de vencer como se a conversa fosse nada mais que um jogo, nada mais que uma enorme sedução de parte a parte.
Aos poucos foi-se aproximando, deixando-me cada vez mais desfalcado, mas nunca baixei a guarda dando sempre luta e, a certa altura percebi que poderia ganhar, no entanto era uma tentação capaz de tentar até o mais puro dos seres, e esse ser, se é que existe, não sou indubitavelmente eu.
Essa tentação tão deliberadamente expressa deixava-me quase em pânico, muitas vezes sem saber o que fazer e só arranjei uma forma de a atenuar, respondendo na mesma moeda, brincando cada vez mais com o fogo sabendo que um dia iria arder na sua fogueira, porque a única maneira de nos livrarmos de uma tentação é ceder-lhe.
Como começou? Penso que com uma música, ou começou do nada, ou simplesmente tinha de começar.
Como vai acabar? Não faço a menor ideia, não sei sequer se vai, nao sei sequer onde está, a que nivél está mas gosto como está, gosto desta tentação e nem uma certa distância quebrou o ritmo, porque a distância está para o amor como o vento está para o fogo, apaga o pequeno e atiça o grande...