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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Vida...

Confúcio um dia disse: "A diferença entre um homem de sucesso e outro orientado para o fracasso é que um está aprendendo a errar, enquanto o outro está procurando aprender com os seus próprios erros."
Deixo hoje uma história de um rapaz a que vou chamar "Ivo".
Todos nós em várias fases da nossa vida passamos por grandes decisões, o Ivo sentia que na maior parte das grandes decisões da sua vida havia fracassado, ou por que tinha sido simplesmente igual aos outros, ou porque não quis deixar quem hoje significa muito pouco para trás adiando apenas o inevitável ou apenas porque só queria manter uma imagem que todos tinham dele, e que ele se importava sobretudo em não manchar, com tudo isto, o Ivo tornou-se na pessoa que é hoje, não encontro uma palavra para o definir, se é que os seres humanos podem ser definidos numa simples palavra, mas voltando ao assunto, o Ivo tornou-se então no ser que é hoje, olhando para trás o Ivo teve uma infância que foi tudo menos um mar de rosas, começando pelo início.
Estamos no ano de 1996, tinha o Ivo seis anos, tinham começado as grande discussões no seio familiar, mas no início deste ano deu-se um acontecimento que veio apaziguar um pouco as coisas o nascimento da irmã, obviamente que as discussões não demoraram a voltar tornando-se cada vez piores duraram dois longos anos em que a paz e o sossego em casa eram raros e quando existiam eram sob clima de paz armada, por fim em 1998 os pais do Ivo divorciaram-se estava o Ivo a poucos meses de completar oito anos.
Avançamos para o dia 28 de Outubro de 2001, durante um treino na equipa de futebol onde jogava, Ivo sentiu-se mal chegando a perder os sentidos, foi então encaminhado para o Hospital, fica então a saber que tem de ser internado e vai de urgência para Lisboa, onde fica 2 dias num primeiro hospital antes de dar entrada no Instituto Português de Oncologia Dr. Francisco Gentil em Lisboa, o Ivo fica a saber então que tem cancro, nesta altura o Ivo tinha 11 anos, o internamento dura 24 dias e seguia-se uma fase ainda mais penosa a fase dos tratamentos, tratamentos estes que duraram sensivelmente 6 anos vindo a ficar cada vez menos dolorosos e incomodativos e felizmente tudo correu bem, pode-se dizer que Ivo quando olha para trás sabe que cresceu com essa situação e que esta situação o ajudou a ser a pessoa que é hoje, sendo ela boa ou má.
Durante esta fase passou por uma infância onde devido a uma maturidade avançada para a sua idade tinha dificuldade em perceber certas situações típicas dos adolescentes mas ainda assim criou um forte grupo de amigos que o seguiam e que ele seguia para todo lado, e é com este grupo de amigos que tende a falhar algumas grandes decisões que vieram a deixar o seu futuro no impasse.
Ainda durante a mesma fase descobre certos pormenores sobre uma mãe que julgava ser perfeita e que numa primeira fase o desilude e noutra o abandona, hoje estão de relações cortadas se algum dia se voltarão a falar só o tempo o dirá, talvez tenha sido esta a situação que mais o atormenta.
Deixando uma só uma nota sobre a relação de Ivo com o pai este sente que o seu pai sempre depositou nele esperanças que nem ele próprio sabia se eram realista, mas a relação sempre foi de apoio mútuo e camaradagem, resumindo sempre foram bons amigos e confidentes sem segredos um para o outro.
No ano de 2008 entra para faculdade, uma faculdade dispendiosa para o seu pai, e desde logo e exerce sobre ele uma enorme pressão, no primeiro ano cumpre os objectivos a que se propôs, mesmo não tendo a noção que o caminho que seguiu podia não ter sido o mais correcto, no segundo ano essa dúvida toma conta de si e Ivo termina o ano bastante à quem das expectativas e isso faz com que a pressão aumente ainda mais sobre os seus ombros, mas Ivo aqui tem a certeza que já não está a trabalhar para ele e durante esse verão quase sem querer apercebe-se daquilo que realmente gosta de fazer. Mesmo inicia o terceiro ano da faculdade e inicia um processo de aprendizagem de erros que tende a não parar e hoje Ivo tem uma decisão tomada vai seguir aquilo que sente e aprender com os erros que tomou e talvez pela primeira vez na vida vai tomar uma decisão baseada apenas naquilo que sente e que pensa ser melhor para si.
Resta-me desejar-lhe sorte e muita força para as tormentas familiares que esta decisão pode acarretar...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Mistérios

Quem somos?
De onde vimos?
Para onde vamos?

Três perguntas a que a ciência tem tentado responder inúmeras vezes sem sucesso, três perguntas que muito provavelmente nunca irão ter resposta, vários problemas que derivam de um único problema o Haver Ser.

Existir é Ser Possível Haver Ser

Ah, perante esta única realidade, que é o mistério,
Perante esta única realidade terrível — a de haver uma realidade,
Perante este horrível ser que é haver ser,
Perante este abismo de existir um abismo,
Este abismo de a existência de tudo ser um abismo,
Ser um abismo por simplesmente ser,
Por poder ser,
Por haver ser!
Perante isto tudo como tudo o que os homens fazem,
Tudo o que os homens dizem,
Tudo quanto constroem, desfazem ou se constrói ou desfaz através deles,
Se apequena!
Não, não se apequena... se transforma em outra coisa —
Numa só coisa tremenda e negra e impossível,
Uma coisa que está para além dos deuses, de Deus, do Destino
Aquilo que faz que haja deuses e Deus e Destino,
Aquilo que faz que haja ser para que possa haver seres,
Aquilo que subsiste através de todas as formas,
De todas as vidas, abstractas ou concretas,
Eternas ou contingentes,
Verdadeiras ou falsas!
Aquilo que, quando se abrangeu tudo, ainda ficou fora,
Porque quando se abrangeu tudo não se abrangeu explicar porque é um tudo,
Porque há qualquer coisa, porque há qualquer coisa, por que há qualquer coisa!

Minha inteligência tornou-se um coração cheio de pavor,
E é com minhas ideias que tremo, com a minha consciência de mim,
Com a substância essencial do meu ser abstracto
Que sufoco de incompreensível,
Que me esmago de ultra transcendente,
E deste medo, desta angústia, deste perigo do ultra-ser,
Não se pode fugir, não se pode fugir, não se pode fugir!

Cárcere do Ser, não há libertação de ti?
Cárcere de pensar, não há libertação de ti?

Ah, não, nenhuma — nem morte, nem vida, nem Deus!
Nós, irmãos gémeos do Destino em ambos existirmos,
Nós, irmãos gémeos dos Deuses todos, de toda a espécie,
Em sermos o mesmo abismo, em sermos a mesma sombra,
Sombra sejamos, ou sejamos luz, sempre a mesma noite.
Ah, se afronto confiado a vida, a incerteza da sorte,
Sorridente, impensado, a possibilidade quotidiana de todos os males,
Inconsciente o mistério de todas as coisas e de todos os gestos,
Porque não afrontarei sorridente, inconsciente, a Morte?
Ignoro-a? Mas que é que eu não ignoro?
A pena em que pego, a letra que escrevo, o papel em que escrevo,
São mistérios menores que a Morte? Como se tudo é o mesmo mistério?
E eu escrevo, estou escrevendo, por uma necessidade sem nada.
Ah, afronte eu como um bicho a morte que ele não sabe que existe!
Tenho eu a inconsciência profunda de todas as coisas naturais,
Pois, por mais consciência que tenha, tudo é inconsciência,
Salvo o ter criado tudo, e o ter criado tudo ainda é inconsciência,
Porque é preciso existir para se criar tudo,
E existir é ser inconsciente, porque existir é ser possível haver ser,
E ser possível haver ser é maior que todos os Deuses.

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Deixo mais uma série de dúvidas simplesmente para pensar, ler, reflectir ou simplesmente ver.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O que é o amor?

O amor é um jogo simples e concreto como qualquer outro jogo de tabuleiro, tem peças, obstáculos, avanços e recuos e um objectivo comum, chegar ao fim com a vitória. Como em qualquer jogo existem riscos, riscos que têm de ser tomados sem medos, sem qualquer inibição, porque o amor é isso mesmo, é uma entrega de parte a parte do nosso bem mais precioso os nossos sentimentos.
Quando somos invadidos pelo amor temos medo, é humano toda a gente o sente, o medo de perder quem gostamos o medo que as coisas não resultem, o medo de não ultrapassar outra desilusão, mas no fim se queremos que as coisas realmente resultem afastamos todos os medos e entregamo-nos ao bom e ao mau que o amor tem para nos dar, e somos felizes estamos com quem gostamos pronunciamos palavras que não sabemos bem qual o seu significado mas que naquele preciso momento fazem todo o sentido e estamos finalmente no complicado e difícil jogo do amor, mas o amor real não é como nos contos de fadas, o amor real tem altos e baixos tem avenças e desavenças, mas no fim quando o amor fala mais alto tudo é esquecido voltamos novamente ao êxtase.
Com isto quero dizer que para triunfar no amor é preciso deixar o medo em casa o amor não é perigoso, nós ás vezes é que não o entendemos e complicamos o que é simples. O amor é um vício quanto mais gostamos, mais gostamos de gostar.

sábado, 7 de novembro de 2009

Gostava de Gostar de Gostar

Para quem tem medo, dificuldade ou simplesmente tem pouco engenho para gostar, fica mais um poema de Álvaro de Campos.
Para quem gosta de gostar e arriscar mesmo arriscando-se a cair no abismo, fica o mesmo poema para uma interpretação mais própria.
Para mim este poema é uma ironia metaforizada fantástica de tudo aquilo que deixamos de enfrentar simplesmente porque não é fácil, mas claro esta é simplesmente a minha maneira de o interpretar.


Gostava de gostar de gostar.
Um momento... Dá-me de ali um cigarro,
Do maço em cima da mesa de cabeceira.
Continua... Dizias
Que no desenvolvimento da metafísica
De Kant a Hegel
Alguma coisa se perdeu.
Concordo em absoluto.
Estive realmente a ouvir.
Nondum amabam et amare amabam (Santo Agostinho).
Que coisa curiosa estas associações de idéias!
Estou fatigado de estar pensando em sentir outra coisa.
Obrigado. Deixa-me acender. Continua. Hegel...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Verdadeira Tentação

Apareceu à cerca de mais ou menos um certo período de tempo, veio como quem nada quer despertando em mim sensações que confesso nunca antes ter vivido, havia nela algo de mágico, algo que me despertava uma enorme vontade de vencer como se a conversa fosse nada mais que um jogo, nada mais que uma enorme sedução de parte a parte.
Aos poucos foi-se aproximando, deixando-me cada vez mais desfalcado, mas nunca baixei a guarda dando sempre luta e, a certa altura percebi que poderia ganhar, no entanto era uma tentação capaz de tentar até o mais puro dos seres, e esse ser, se é que existe, não sou indubitavelmente eu.
Essa tentação tão deliberadamente expressa deixava-me quase em pânico, muitas vezes sem saber o que fazer e só arranjei uma forma de a atenuar, respondendo na mesma moeda, brincando cada vez mais com o fogo sabendo que um dia iria arder na sua fogueira, porque a única maneira de nos livrarmos de uma tentação é ceder-lhe.
Como começou? Penso que com uma música, ou começou do nada, ou simplesmente tinha de começar.
Como vai acabar? Não faço a menor ideia, não sei sequer se vai, nao sei sequer onde está, a que nivél está mas gosto como está, gosto desta tentação e nem uma certa distância quebrou o ritmo, porque a distância está para o amor como o vento está para o fogo, apaga o pequeno e atiça o grande...

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Ler e Pensar

Sou eu, eu mesmo, tal qual resultei de tudo,
Espécie de acessório ou sobressalente próprio,
Arredores irregulares da minha emoção sincera,
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco inconseqüente,
Como de um sonho formado sobre realidades mistas,
De me ter deixado, a mim, num banco de carro elétrico,
Para ser encontrado pelo acaso de quem se lhe ir sentar em cima.
E, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco longínqua,
Como de um sonho que se quer lembrar na penumbra a que se acorda,
De haver melhor em mim do que eu.
Sim, ao mesmo tempo, a impressão, um pouco dolorosa,
Como de um acordar sem sonhos para um dia de muitos credores,
De haver falhado tudo como tropeçar no capacho,
De haver embrulhado tudo como a mala sem as escovas,
De haver substituído qualquer coisa a mim algures na vida. Baste!
É a impressão um tanto ou quanto metafísica,
Como o sol pela última vez sobre a janela da casa a abandonar,
De que mais vale ser criança que querer compreender o mundo —
A impressão de pão com manteiga e brinquedos
De um grande sossego sem Jardins de Prosérpina,
De uma boa-vontade para com a vida encostada de testa à janela,
Num ver chover com som lá fora E não as lágrimas mortas de custar a engolir.
Baste, sim baste! Sou eu mesmo, o trocado,
O emissário sem carta nem credenciais,
O palhaço sem riso, o bobo com o grande fato de outro,
A quem tinem as campainhas da cabeça
Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima. Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
Sou eu mesmo, que remédio! ...

Álvaro de Campos


Poema lindo, de um poeta sensacional!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Belos momentos

Devido a uma série de loucuras que me aconteceram este fim de semana e á pouca vontade que tenho de estudar para a frequência que tenho amanhã decidi vir compartilhar a minha noite de sexta-feira.
Além de ter passado a noite literalmente a gozar com um amigo meu e a beber copos, o que me levou ao Bairro Alto na sexta-feira foi a actuação da Tusófona, tuna da minha faculdade da qual eu fiz parte durante um curto período de tempo, acabando depois por desistir por falta de tempo.
Ao vê-los actuar sempre com toda a sua boa disposição lembrei-me de algumas coisas que me tinham dito, lembro-me por exemplo de um "olha que vais-te arrepender!" ou um "tu é que sabes, mas ficas a perder!", a que na altura não dei importância nenhuma, mas que naquele preciso momento faziam todo o sentido e tive realmente muita pena de estar apenas a vê-los e não actuar com eles, mas a vida é feita de escolhas e eu optei por não continuar com eles, por isso, não me posso lamentar, visto que tive a minha oportunidade.
No geral, tirando este pequeno sentimento de arrependimento, foi uma noite realmente fantástica entre Doutores e Veteranos e tenho a certeza que depois disto vou "encher" bastante, mas pela noite que foi, acho que vale a pena!